sexta-feira, 16 de outubro de 2009

TRANSTORNO DE DÉFICIT OU INSTABILIDADE DE ATENÇÃO OU SIMPLISMENTE; DDA


Quando os astronautas foram à lua
que coinscidência eu também estava lá
fugindo de casa, do barulho da rua
pra recompor meu mundo bem devagar
Que lugar mais silencioso
Eu poderia no universo encontrar
Que não fossem os desertos da lua
Pra recompor meu mundo bem devagar

“No mundo da lua”
(Biquini Cavadão)


Hoje dedico esse espaço pra falar um pouco sobre o que é DDA.
Há alguns anos descobri que tinha DDA mas ao longo dos anos fui tentando negar isso em mim e hà alguns meses atrás reiniciei o tratamento e cada vez percebo e entendo comportamentos que tive ao longo da minha vida e gostaria de compartilhar um pouco do meu entendimento sobre ser um DDA.

Sabe, eu sempre perguntei para mim mesma por que divagava tanto quando estava assistindo às aulas, ou sob supervisão, algo assim, em que você deve, e também precisa, prestar atenção. Eu imaginava por que cargas-d’água isso tinha que acontecer comigo, já que sempre fui perfeccionista. Eu me recriminava; achava que só poderia ser alguma falha de caráter, que no fundo deveria ser uma desinteressada de tudo. Afinal, eu olhava para minha professora, nos orientando em pontos importantes, e embora no início conseguisse acompanhar, depois de um certo tempo via o rosto dela se transformar em uma tela de cinema, em que se passavam vários acontecimentos de minha vida, ou planejamentos, ou ainda o que imaginava que estava por vir, fantasias, sonhos... quando eu voltava ao tempo e espaço presentes, já não fazia a menor ideia do que estava sendo dito. Muita gente usa a expressão ’pegar o bonde andando’ para descrever uma situação em que você pega algo no meio e não entende nada... Mas para um DDA, eu acho que é o contrário: você pega o bonde parado, fica nele até um certo ponto e depois cai. O bonde continua e você fica pra trás.

Quando pensamos em DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção ), não devemos raciocinar como se estivéssemos diante de um cérebro ”defeituoso”. Devemos, sim, olhar sob um foco diferenciado, pois, na verdade, o cérebro do DDA apresenta um funcionamento bastante peculiar, que acaba por trazer-lhe um comportamento típico, que pode ser responsável tanto por suas melhores características, como por suas maiores angústias e desacertos vitais. Existe um trio de sintomas que constitui a espinha dorsal do comportamento DDA que são um trio de respeito: distração, impulsividade e hiperatividade...

ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO; está nos lapsos de dispersão, grande dificuldade de organização em todos os setores da vida. Essa desorganização acaba por fazê-lo gastar muito mais tempo e esforço para realizar suas tarefas cotidianas.
IMPULSIVIDADE; Pequenas coisas podem despertar-lhe grandes emoções e a força dessas emoções gera o combustível aditivado de suas ações. impulso verbal, Atitudes impensadas podem levar o DDA adulto a viver numa constante instabilidade: entra e sai de diversos relacionamentos, empregos e grupos sociais.
HIPERATIVIDADE FÍSICA E MENTAL; ”sacodem” incessantemente suas pernas, ”rabiscam” constantemente papéis à sua frente, roem unhas, mexem o tempo todo em seus cabelos, ”dançam” em suas cadeiras de trabalho, e estão sempre buscando algo para manter suas mãos ocupadas. A hiperatividade mental ou psíquica apresenta-se de maneira mais sutil, é o adulto que numa conversa interrompe o outro o tempo todo, que muda de assunto antes que o outro possa elaborar uma resposta, que não dorme à noite, porque seu cérebro fica agitado a tal ponto que não consegue desligar.
Fazem parte do universo DDA, que, muitas vezes, oscila entre o universo da plenitude criativa e o da exaustão de um cérebro que não pára nunca.

Sua mente funciona como um receptor de alta sensibilidade, que, ao captar um pequeno sinal, reage automaticamente sem avaliar as características do objeto gerador do sinal captado.
Se o comportamento dos DDAs não for compreendido e bem administrado por eles próprios e pelas pessoas que com eles convivem, frequentemente, consequências no agir poderão se manifestar sob diferentes formas de impulsividade, tais como: agressividade, descontrole alimentar, uso de drogas, gastos demasiados, jogos, tagarelice incontrolável etc.

"Para o adulto DDA, aprender a controlar ou mesmo redirecionar seus impulsos (para esportes, artes etc.) pode muitas vezes ser uma questão de vida ou morte, ou melhor, uma questão de escolher viver a vida em sua plenitude ou buscar o fim antes do último capítulo. No entanto, o que se vê, na maioria absoluta dos DDAs, é que, no fundo de suas essências, eles têm um profundo amor à vida, tanto que passam a maior parte de seu tempo buscando emoções, aventuras, projetos, amores, tudo para viver mais intensamente. Arriscaríamos dizer que os DDAs jamais buscam a morte. Às vezes, quando mesmo sem querer chegam bem perto dela, não era para lá que se dirigiam e sim para a vida, esta vida que, para eles, de tão interessante, por vezes chega a doer. E é na busca dessa vida dentro da vida que está o impulso mais forte de todo DDA. Para eles tudo é MUITO. Muita dor, muita alegria, muito prazer, muita fé, muito desespero. E, se pudermos fazê-los ver a força que esse impulso pode ter, quando bem direcionado, na construção de uma vida que valha tanto para eles como para a humanidade, teremos feito a nossa parte nesse processo."
(Dr. Ana Beatris B. Silva)


Existem muitas coisas que poderia colocar aqui sobre DDA e sobre ser Um DDA mas passaria um bom tempo aqui escrevendo.
Penso que é importante compartilhar com as pessoas que amo e que convivem comigo a respeito disso por que facilitará a convivência com os demais que não conseguem entender certos fatores da minha personalidade.
Outros posts sobre o assunto vocês poderam encontrar no meu outro blog que é um espaço dedicado apenas a falar sobre DDA e as pessoas que convivem e irão conviver com isso o resto da vida.


1 comentários:

@kschnneider disse...

Muito Interessante ^^

achei algumas coisas em comum...

se puder colocar mais coisas sobre =]

beijO