segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O vento,a canção e a cor


Ouço... é o vento! Ou é canção trazida por ele? Me sinto bailarina, como uma bailarina daquelas caixinhas de música que costumava apreciar na minha infância. Danço, danço e não saio do lugar, não posso dançar longe, não diminuo o passo, não acelero o ritmo. A música parece que fica impregnada no corpo. Controlando as pernas, saindo vagarosa pelos poros, às vezes até atrapalha os pensamentos, vem vindo pulgente, misturando o realismo das coisas, muda o sentido e eu estou sentindo... Você sente? Sinto o ar ganhar cor, sinto o vento ficar azul e agora até te sinto, de tantas cores, pintando amor. E esse amor consome tanto, consome tanto em cor, que a avenida ficou escura, as paredes ficaram invisiveis e só sobrou a cor do caminho imaginado. Imaginas? Imaginar você talvez seja a solução que tenho para me proteger de mim, talvez seja a solução que tenho para não ficar presa na caixinha de música. Onde já não se tem mais ares, mais cores, onde já não tem mais nada, além de um vão, em preto e branco.