terça-feira, 3 de abril de 2012

Naquele dia senti algo diferentemente quente mas ainda assim suave.
Deve ter sido o queimorsinho nas bochechas vindo da vergonha que não sei por que ora eu sentia ora eu sorria. Sorria com um desses sorrisos que deslisam no rosto e aparecem do nada. Aqueles que simplesmente surgem com vontade de aparecer, de invadir o rosto. Algo brotou com vontade de crescer aqui dentro e se expandir pra fora do peito. Senti fagulhas nas pernas e algo como poesia correndo pelo meu corpo junto com o sangue que corre nas minhas veias. Corri pra pegar a tua mão, te puxei apressadamente, te deixei tocar os pés de leve na água do mar, vi você sentir o vento e baixinho te deixar saber: Você me inspira sorrisos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Distração


Distraio-me.
E nesse momento, ao distrair-me vejo tudo tão turvamente solto
Minha imaginação pula a realidade de salto em salto
Penso no futuro, vejo-o como se pudesse transfigura-lo
Em forma de homem barbudo, magro, aparentemente surrado e pela vida maltratado
Que se nega a revelar verdade sobre si mesmo
Que dorme todas as noites ao relento das lembranças
Passa os dias na companhia das tormentas de tentar revive-las
e termina suas tardes com seu espírito abalado por não encontrar
se quer um motivo para sussurrar um sorriso no final de sua vida.