quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sensações que nem o tempo dissolve

Quando você não tem nada pra fazer e resolve simplesmente andar por aí, tentando encher os pulmões de vida, querendo achar beleza no cinza, divagando sorrindo sem motivo algum,
fugindo de uma lembrança que te persegue, que passeia pelo seu corpo e entorpece sua mente
É...Eu sei muito bem.
Só a inquietação do corpo já fala por si só
Não há necessidade de palavras, alias, é algo só seu, dentro da sua mente
mas que nem um infinito de silêncio pode calar.
Algo como um queimor, o corpo arde e a mente deseja, enquanto você anda os sentimentos transbordando e não é possível escapar deles.
E quando se pensa que fugiu, ele está guardado como numa caixa magica no seu intimo,
na sua alma e na sua magoa...
E no momento essa é a única certeza que se tem; O tempo não dissolve certas sensações.
O sentimento de prisão dentro de si mesmo misturado a um turbilhão de desejos, que atormenta até os mais racionais.
E é aí que tudo acaba trazendo de volta as velhas sensações, os beijos, os gestos, os detalhes confessados ao pé do ouvido resgatando a lembrança do desejo que só aumenta e que não adianta tentar negar por que é aquele nome que você quer chamar, e é sobre a posse daquelas mãos que você suspira.
E acordando desse devaneio, transpirando de calor, volto a mim, sigo meu caminho de volta e me ponho a dormir.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

TRANSTORNO DE DÉFICIT OU INSTABILIDADE DE ATENÇÃO OU SIMPLISMENTE; DDA


Quando os astronautas foram à lua
que coinscidência eu também estava lá
fugindo de casa, do barulho da rua
pra recompor meu mundo bem devagar
Que lugar mais silencioso
Eu poderia no universo encontrar
Que não fossem os desertos da lua
Pra recompor meu mundo bem devagar

“No mundo da lua”
(Biquini Cavadão)


Hoje dedico esse espaço pra falar um pouco sobre o que é DDA.
Há alguns anos descobri que tinha DDA mas ao longo dos anos fui tentando negar isso em mim e hà alguns meses atrás reiniciei o tratamento e cada vez percebo e entendo comportamentos que tive ao longo da minha vida e gostaria de compartilhar um pouco do meu entendimento sobre ser um DDA.

Sabe, eu sempre perguntei para mim mesma por que divagava tanto quando estava assistindo às aulas, ou sob supervisão, algo assim, em que você deve, e também precisa, prestar atenção. Eu imaginava por que cargas-d’água isso tinha que acontecer comigo, já que sempre fui perfeccionista. Eu me recriminava; achava que só poderia ser alguma falha de caráter, que no fundo deveria ser uma desinteressada de tudo. Afinal, eu olhava para minha professora, nos orientando em pontos importantes, e embora no início conseguisse acompanhar, depois de um certo tempo via o rosto dela se transformar em uma tela de cinema, em que se passavam vários acontecimentos de minha vida, ou planejamentos, ou ainda o que imaginava que estava por vir, fantasias, sonhos... quando eu voltava ao tempo e espaço presentes, já não fazia a menor ideia do que estava sendo dito. Muita gente usa a expressão ’pegar o bonde andando’ para descrever uma situação em que você pega algo no meio e não entende nada... Mas para um DDA, eu acho que é o contrário: você pega o bonde parado, fica nele até um certo ponto e depois cai. O bonde continua e você fica pra trás.

Quando pensamos em DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção ), não devemos raciocinar como se estivéssemos diante de um cérebro ”defeituoso”. Devemos, sim, olhar sob um foco diferenciado, pois, na verdade, o cérebro do DDA apresenta um funcionamento bastante peculiar, que acaba por trazer-lhe um comportamento típico, que pode ser responsável tanto por suas melhores características, como por suas maiores angústias e desacertos vitais. Existe um trio de sintomas que constitui a espinha dorsal do comportamento DDA que são um trio de respeito: distração, impulsividade e hiperatividade...

ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO; está nos lapsos de dispersão, grande dificuldade de organização em todos os setores da vida. Essa desorganização acaba por fazê-lo gastar muito mais tempo e esforço para realizar suas tarefas cotidianas.
IMPULSIVIDADE; Pequenas coisas podem despertar-lhe grandes emoções e a força dessas emoções gera o combustível aditivado de suas ações. impulso verbal, Atitudes impensadas podem levar o DDA adulto a viver numa constante instabilidade: entra e sai de diversos relacionamentos, empregos e grupos sociais.
HIPERATIVIDADE FÍSICA E MENTAL; ”sacodem” incessantemente suas pernas, ”rabiscam” constantemente papéis à sua frente, roem unhas, mexem o tempo todo em seus cabelos, ”dançam” em suas cadeiras de trabalho, e estão sempre buscando algo para manter suas mãos ocupadas. A hiperatividade mental ou psíquica apresenta-se de maneira mais sutil, é o adulto que numa conversa interrompe o outro o tempo todo, que muda de assunto antes que o outro possa elaborar uma resposta, que não dorme à noite, porque seu cérebro fica agitado a tal ponto que não consegue desligar.
Fazem parte do universo DDA, que, muitas vezes, oscila entre o universo da plenitude criativa e o da exaustão de um cérebro que não pára nunca.

Sua mente funciona como um receptor de alta sensibilidade, que, ao captar um pequeno sinal, reage automaticamente sem avaliar as características do objeto gerador do sinal captado.
Se o comportamento dos DDAs não for compreendido e bem administrado por eles próprios e pelas pessoas que com eles convivem, frequentemente, consequências no agir poderão se manifestar sob diferentes formas de impulsividade, tais como: agressividade, descontrole alimentar, uso de drogas, gastos demasiados, jogos, tagarelice incontrolável etc.

"Para o adulto DDA, aprender a controlar ou mesmo redirecionar seus impulsos (para esportes, artes etc.) pode muitas vezes ser uma questão de vida ou morte, ou melhor, uma questão de escolher viver a vida em sua plenitude ou buscar o fim antes do último capítulo. No entanto, o que se vê, na maioria absoluta dos DDAs, é que, no fundo de suas essências, eles têm um profundo amor à vida, tanto que passam a maior parte de seu tempo buscando emoções, aventuras, projetos, amores, tudo para viver mais intensamente. Arriscaríamos dizer que os DDAs jamais buscam a morte. Às vezes, quando mesmo sem querer chegam bem perto dela, não era para lá que se dirigiam e sim para a vida, esta vida que, para eles, de tão interessante, por vezes chega a doer. E é na busca dessa vida dentro da vida que está o impulso mais forte de todo DDA. Para eles tudo é MUITO. Muita dor, muita alegria, muito prazer, muita fé, muito desespero. E, se pudermos fazê-los ver a força que esse impulso pode ter, quando bem direcionado, na construção de uma vida que valha tanto para eles como para a humanidade, teremos feito a nossa parte nesse processo."
(Dr. Ana Beatris B. Silva)


Existem muitas coisas que poderia colocar aqui sobre DDA e sobre ser Um DDA mas passaria um bom tempo aqui escrevendo.
Penso que é importante compartilhar com as pessoas que amo e que convivem comigo a respeito disso por que facilitará a convivência com os demais que não conseguem entender certos fatores da minha personalidade.
Outros posts sobre o assunto vocês poderam encontrar no meu outro blog que é um espaço dedicado apenas a falar sobre DDA e as pessoas que convivem e irão conviver com isso o resto da vida.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Eu Sou Careta! E Você??



Quando somos adolescentes parece que tudo nos é interessante, é o tempo de expirimentar sensações novas, sentimentos novos, conhecer pessoas novas e geralmente vem aquela crise querendo se definir e acaba rolando aquela velha perguntinha de gente perdida; "Quem sou Eu?"

Você tenta de todas as maneiras descobrir quem você é e procura as respostas em todas as coisas mas só o tempo pode responder isso pra você.

Quando entramos na crise da 'pouca' idade qualquer tipo de conselho e certas palavras soam como ofensa e até mesmo causa a sensação de aprisionamento, por que lá dentro você sabe sim a verdade. Acabamos não escutando ninguém, ficamos suscetiveis, influênciaveis mesmo que você insista em dizer várias vezes: "É minha vida, eu faço dela o que eu quiser e eu sei me cuidar". Você pode até saber mas há sempre os dois lados, sempre tem um diabinho e um anjinho em cada lado do ombro e nessa altura na maioria das vezes o diabinho vence. Mesmo que se goste muito de uma pessoa, seja ela amigo, irmão, namorado e por aí vai, por mais que você queira protege-la ou queira o melhor pra ela, não se pode proteger quer não quer ser protegido. Ela acaba falando que sabe se cuidar e que já é grandinho e tal mesmo não tendo tanta noção quanto pensa do que pode estar fazendo pra si mesmo. Vai demorar masss... Um dia ela cai na real e percebe sozinho. Eu tive a minha crise de pouca idade e nem por isso me meti com certas coisas, que por mais que você ache que tem cabeça boa e fale pra si um monte de coisa, pra mim o risco não vale a pena. Por isso sou careta, conheço muita gente que se envolve com Drogas, principalmente na faculdade, algumas até me oferecem masss... definitivamente ESSA NÃO É A MINHA! Se for por Estress, musica me acalma, se for por tristeza, escrever e desenhar me faz sentir melhor e se for por falta do que fazer eu prefiro até arrumar a casa. Mesmo que seja chato e ela já esteja limpa.

Oficina do Diabo... o resto vocês já sabem.

Drogas, isso não é liberdade pra ninguém, você sabe que é apenas uma fuga, mas pra você, nesse momento é a única chance de ter sua vida de volta ou esquecer dela ou até mesmo 'começar a vive-la'.

Torço pra que você não se encontre no fundo do poço. E se for realmente só uma fase, espero que termine logo, por que parece que você esta perdido a vários anos e essa fase não passa nunca.

Então... Se você escolheu isso pra sua vida... Boa sorte com a sua jornada!